LEITURA E ESCRITA
Atenção:
As questões de números 1 a 6 baseiam-se no texto apresentado abaixo.
A bola
O pai
deu uma bola de presente ao filho. Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a
sua primeira bola do pai. (...)
O garoto agradeceu, desembrulhou a bola e disse “Legal!”. Ou o que os garotos
dizem hoje em dia quando gostam do presente ou não querem magoar o velho.
Depois começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
- Como é que liga? – perguntou.
- Como, como é que liga? Não se liga.
O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
- Não tem manual de instrução?
O pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros. Que os tempos
são decididamente outros.
- Não precisa manual de instrução.
- O que é que ela faz?
- Ela não faz nada. Você é que faz coisas com ela.
- O quê?
- Controla, chuta...
- Ah, então é uma bola.
- Claro que é uma bola.
- Uma bola, bola. Uma bola mesmo.
- Você pensou que fosse o quê?
- Nada não...
(Luis
Fernando Veríssimo – Comédias para se ler na escola. Rio de Janeiro:
Objetiva, 2001,
pp. 41-42.)
1. No diálogo entre pai e filho, a repetição dos termos liga, manual de
instrução, faz e bola é explorada pelo autor para
(A)
destacar o fato de que os dois dão o mesmo valor a essas palavras.
(B) caracterizar o desencontro entre duas visões do mesmo objeto.
(C) intensificar o mistério que o estranho presente representa para ambos.
(D) mostrar que ambos estão envolvidos na mesma investigação.
2. O tema do texto está presente em
(A) O
pai começou a desanimar e a pensar que os tempos são outros.
(B) Lembrando o prazer que sentira ao ganhar a sua primeira bola do pai.
(C) O garoto agradeceu, desembrulhou a bola...
(D) O garoto procurou dentro do papel de embrulho.
3. O fato incomum, no texto, aparece quando o menino
(A)
começou a girar a bola, à procura de alguma coisa.
(B) demonstrou o que sabia fazer com uma bola.
(C) concluiu que era mesmo uma bola.
(D) não pensou nada em relação ao que era o presente.
4. O efeito de humor provocado pelo texto nasce, sobretudo,
(A) do
tipo de presente que foi oferecido.
(B) das diferentes expectativas das personagens.
(C) da ingenuidade e da timidez do garoto.
(D) do esforço do pai em se mostrar moderno.
5. - Você pensou que fosse o quê?
- Nada não...
Neste final
de diálogo, o sinal de reticências é bastante expressivo, pois o leitor deve
entender que o pensamento do garoto poderia se expressar com mais esta frase,
que ele não quis dizer:
(A)
Nunca imaginei que alguém adivinharia o meu desejo.
(B) Estava pensando que depois poderíamos jogar juntos.
(C) Achei que era um brinquedo mais sofisticado.
(D) É que eu nunca tinha visto uma bola de verdade.
6. Transformando a expressão "Legal!" para uma linguagem formal
teríamos
(A)
"Excelente!"
(B) "Um barato!"
(C) "Bárbaro!"
(D) "Genial!"
Atenção: As questões de números 7 a 10 baseiam-se no texto apresentado
abaixo.
Literatura
informativa
A
literatura informativa compõe-se de textos descritivos sobre a terra
descoberta, produzidos nos primeiros tempos da nossa colonização. Esses
textos têm grande valor histórico: são cartas e relatórios de navegantes,
administradores, missionários. Um dos principais objetivos dessa literatura
de informação era retratar a fauna e a flora da nova terra, as riquezas
minerais, os costumes dos nativos. O primeiro documento é a famosa carta de
Pero Vaz de Caminha – saboroso e minucioso relato das primeiras impressões de
um europeu sobre nossa terra tropical e seus primitivos habitantes. Nessa
carta, além de passagens descritivas, há também pequenas narrativas, quando
Caminha conta, por exemplo, as reações dos índios ao desembarque dos
navegadores portugueses.
(Adaptado de Maria Fernandes Cócco e Marco Antonio Hailer. Novo ALP, pp.
27-28)
7. O texto informa que o primeiro texto descritivo sobre o Brasil
procurava retratar
(A)
fauna e flora da nova terra recém descoberta.
(B) riquezas minerais e costumes dos nativos.
(C) impressões de navegantes, administradores, missionários.
(D) primeiras impressões de Pero Vaz de Caminha.
8. A expressão "saboroso e minucioso relato" quer dizer
(A)
gostoso de ler e bem detalhado.
(B) com gravuras bem coloridas.
(C) detalhista e impressionista.
(D) descritivo e narrativo.
9. A finalidade essencial do texto que você acabou de ler é
(A)
criticar o processo de exploração econômica, que se iniciou nos primeiros
anos de nossa colonização.
(B) esclarecer o tipo de linguagem e os objetivos das primeiras manifestações
escritas sobre o descobrimento de nossa terra.
(C) analisar as produções literárias de maior importância dos primeiros
grandes escritores brasileiros.
(D) detalhar as várias reações de espanto dos nativos, diante dos navegadores
portugueses.
10. A utilização de linguagem formal, que é uma preocupação desse texto,
NÃO seria prejudicada caso houvesse nele a seguinte frase:
(A) Os
nativos era de um número muito maior do que os portugueses.
(B) Os documentos que tinha naquela época falava da descrição das novas
terras.
(C) O principal objetivo era as informações que devia ser enviado a Portugal.
(D) Ainda hoje se lê com grande prazer o primeiro documento sobre as novas
terras.
Atenção: As questões de números 11 e 12 baseiam-se no texto apresentado
abaixo.
Canção
de garoa
Em cima
de meu telhado,
Pirulin lulin lulin,
Um anjo, todo molhado,
Soluça no seu flautim.
O
relógio vai bater:
As molas rangem sem fim.
O retrato na parede
Fica olhando para mim.
E chove
sem saber por quê...
E tudo foi sempre assim!
Parece que vou sofrer:
Pirulin lulin lulin...
(Mário
Quintana – Poesias. Porto Alegre: Globo, 1994, 9a ed., pp. 36-37)
11. O autor emprega a expressão Pirulin lulin lulin para dar, ao poema,
efeito
(A)
cômico.
(B) triste.
(C) sonoro.
(D) monótono.
12. O título do poema – Canção de garoa – justifica-se plenamente, pois há no
poema
(A) a
visualização detalhada da garoa que cai.
(B) o aproveitamento expressivo de sonoridades musicais.
(C) a exaltação do efeito revigorante da chuva.
(D) a música consoladora do flautim e do relógio.
Atenção: As questões de números 13 a 16 baseiam-se no texto apresentado
abaixo.}
Um repórter de jornal redigiu a seguinte notícia e a entregou ao seu chefe:
A greve dos motoristas de ônibus de São Paulo pegou a população desprevenida.
Desde a madrugada, milhares de trabalhadores irritados aguardavam nos pontos
os ônibus que os grevistas não permitiram que saíssem das garagens. Alguns
motoristas insistiram em furar o bloqueio e foram agredidos pelos colegas.
Houve casos de depredação de veículos e de instalações das empresas. Os
carros do Metrô passaram a circular superlotados, o que também acabou por
gerar uma série de tumultos. Os grevistas argumentam que o movimento se deve
à defasagem salarial, mas o fato é que iniciativas radicais como essa merecem
uma dura resposta das autoridades.
13. De acordo com as informações contidas no texto, é correto afirmar que
(A) os
passageiros não deixaram de se solidarizar com os grevistas.
(B) os grevistas não se preocuparam em justificar o movimento.
(C) a paralisação dos ônibus não afetou outros setores de transporte.
(D) o movimento grevista não obteve apoio integral dos motoristas.
14. A expressão "população desprevenida" significa população
(A)
despreparada.
(B) desamparada.
(C) desesperada.
(D) desinteressada.
15. A notícia trata, principalmente,
(A) da
depredação de veículos e instalações das empresas.
(B) do bloqueio dos grevistas e de suas agressões aos seus colegas.
(C) da greve dos motoristas de ônibus por maiores salários.
(D) de iniciativas radicais que merecem duras respostas das autoridades.
16. O chefe da redação pediu ao repórter para cortar do texto o que
representa uma opinião, conservando apenas os fatos. Atendendo à
recomendação, o repórter cortou de seu texto, acertadamente, a seguinte
frase:
(A)
Desde a madrugada, milhares de trabalhadores aguardavam nos pontos os ônibus
que os grevistas não permitiram que saíssem das garagens.
(B) Houve casos de depredação de veículos e de instalações das empresas.
(C) Os carros do Metrô passaram a circular superlotados.
(D) O fato é que movimentos radicais como esse merecem uma dura resposta das
autoridades.
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